Após reforma, espaço retomou atendimentos no último mês
No primeiro mês de reabertura da Biblioteca Municipal Francisco Meirelles, em Porto Velho, os atendimentos registraram a média de 1,5 mil usuários. Com a estrutura recentemente restaurada, a população agora pode aproveitar o espaço com mais comodidade, tecnologia e um acervo de mais de 60 mil livros.
Izabeli Coutinho Pacheco, de 19 anos, terminou o ensino médio recentemente, e todos os dias sai do bairro Socialista, na zona Leste, para estudar na biblioteca municipal. O objetivo da jovem é concorrer a uma vaga no serviço público, utilizando o novo recurso oferecido na sala digital.
“Aqui no computador eu consigo estudar para concurso e fazer cursinhos online, além de facilitar qualquer outro tipo de pesquisa, como a busca por oportunidades de emprego. Às vezes eu também faço uso dos livros de consulta e todos os dias estou aqui”, declara a estudante.
Segundo o diretor, Carlos Augusto da Silva, a biblioteca ficou fechada durante a pandemia e, em seguida, passou por oito meses de reforma estrutural, elétrica e hidráulica, além de ter recebido a doação de dez computadores.
“Todas as nossas luminárias foram trocadas, temos uma boa internet para atender ao serviço online e as nossas salas são divididas por categoria. Somente na sala regional são 3.250 edições, além de diários oficiais e 12 mil revistas”, conta o diretor.
Em um universo próprio, onde todo o ambiente é preparado para a boa leitura e pesquisa, Álisson de Cabral, 31 anos, busca no espaço climatizado a tranquilidade que precisa para os estudos. “Em casa a gente tem muita distração, as obrigações e outras atividades da casa acabam tirando a nossa atenção. Aqui eu consigo pesquisar temas específicos e direcionar para o meu foco, que é concurso público”, diz.
Entre os projetos e espaços disponíveis organizados para recepcionar a diversos públicos, a biblioteca conta com duas mesas com altura adequada e dois computadores para atender aos cadeirantes, além do projeto “É tempo de inclusão” que dispõe de uma sala com edições em braile para receber pessoas com deficiência visual.
INCLUSÃO
Responsável pela sala de braile, a professora Sebastiana Santana é um exemplo de superação diária em busca do conhecimento. Ela lecionava em uma escola na zona Sul da capital quando perdeu a visão.
“Fiquei cega há seis anos, com 57 anos de idade. No começo foi difícil, eu não aceitava. Mas eu precisei ‘enxergar’ que dentro de mim existia essa força e aqui fora tem um mundo além do que podemos ver”, afirma.
Sebastiana ainda aprende o braile dia após dia e incentiva outras pessoas com deficiência visual a acreditarem que é possível. Com o trabalho que realiza na biblioteca municipal, a ajuda é mútua. “Eu vou ajudando essas pessoas e eles também me ajudam a continuar”, concluiu.
ATENDIMENTO
A Biblioteca Municipal Francisco Meirelles fica aberta de segunda a sexta-feira, das 8h às 21h (não fecha para o almoço), e conta com cerca de 30 funcionários para o atendimento e organização do acervo.
As literaturas brasileiras e estrangeiras podem ser emprestadas por sete dias, podendo ser prorrogados por mais sete. Para fazer o cadastro basta apresentar documento pessoal com foto e comprovante de residência.
Texto: Vanessa Farias
Foto: Leandro Morais
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)